Pesquisar este blog

domingo, 24 de maio de 2009

NADA NOVO DE NOVO

A novidade na política brasileira é que nada de realmente novo acontece. A nova CPI, instaurada no último fim de semana, mostra-se que teremos mais uma vez o mesmo fim: ela logo será relegada ao esquecimento, pelo surgimento de uma nova CPI.

Sendo derrotado na sua busca insana de conseguir vetar a instauração da CPI da Petrobrás, o governo logo buscou dominá-la, lutando pela presidência e relatoria, agora governo já admite uma presidência dupla entre um senador governista e um da oposição. Ainda buscando o domínio da CPI, fazendo valer o regimento interno do Senado, em que a maior bancada tem mais membros, governo conseguiu o maior número de membros na nova CPI, colocando oito membros, enquanto a oposição colocou três membros.

O PT deseja dominar a CPI, mas não tem a maioria dentre os aliados, por outro lado não deseja se vê nas mãos do PMDB – a maior bancada, que embora aliado não é de toda confiança. Sendo assim, embora possa ter o maior número de representante dentro da comissão, o governo até o momento ainda não tem definido nem mesmo os partidos aliados que irão compor-la, quando mais os nomes, com exceção de um, o senador Fernando Collor de Mello, do PDT.

A oposição, embora seja em menor número nas duas casas – Senado e Câmara – tem se mostrado mais organizada do que o governo, sendo conhecida algumas vitórias quando se trata de confronto direto com a bancada governista. Talvez seja por essa razão que já tenham definidos os seus membros na CPI: dois senadores do antigo aliado governista – PPS e um senador do DEM.

Interessante notar que aliados e oposição embora ande sempre (ou quase sempre) brigando como cão e gato, sempre dão um jeitinho de se unirem, seja por meio de aliança, seja pela troca de favores, ou mesmo entre uma das grandes malicias de nossa política, a dança da cadeira, mais conhecida como o troca-troca de partidos. É dessa forma que o antigo desafeto petista, o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que com certeza deve ter sido um dos maiores rivais petista de toda a história do partido, conseguiu se tornar aliado do governo, e de quebra já conseguiu se sentar na presidência de uma das comissões mais disputadas do Senado, e agora é o primeiro e único – até o momento – nome indicado para a nova CPI.

Para o bem ou não, antigos inimigos agora estão sentados no mesmo lado, e já está terminando a primeira semana de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende investigar possíveis irregularidades na Petrobrás, e até agora nada de se investigar, apenas luta entre oposição e governo, e dentro do próprio governo, enquanto isto, a velha mania brasileira de tudo terminar em festa impera.


Israel Goulart – Quarta-feira, 20/05/2009, pela manhã

Nenhum comentário: